segunda-feira, agosto 29, 2011

Me help

Sapa. O nevoeiro cerca-nos. A humidade do ar espalha-se pelo chão e tudo é lama, lama, lama. Fazemos o famoso trekking pelos arrozais de Sapa. O guia diz-nos que não é a melhor estação - a estação seca, que começa lá para Outubro e em que os campos estão prontos e o amarelo predomina.
Mesmo assim... é deslumbrante. Os semi-círculos verdes e castanhos, húmidos. Entre os quais por vezes um búfalo a pastar. A lama faz-nos escorregar (por vezes faz-nos mesmo cair a pique, numa descida íngreme e só paramos quando uma rocha se depara à nossa frente).
Nada melhor que alguém  para nos auxiliar nesta jornada. As mulheres de etnia Hmong, com os seus pentes enfiados no meio dos cabelos negros, e os brincos a alargar os furos das orelhas, com os seus vestuários pesados e coloridos e o seu cesto de palha às costas, estão sempre, sempre lá. Aos menos estáveis, dão as mãos - sempre que temos de descer um caminho rochoso, atravessar um riacho, circundar os terraços de arroz, ou somente quando lhes parecemos aflitos. O seu inglês parece-nos perfeito. "Where are you from?", "What is your name?" "How old are you?" - sempre a mesma lenga-lenga, na qual se saem perfeitamente. Não sabem escrever, mas onde aprenderam tão bem a língua estrangeira? Estão habituadas a turistas e empreendem uma conversa ambiente, para nos ajudar a passar o tempo nesta caminhada. Quando tentamos perceber mais coisas sobre o seu povo, a língua surge como obstáculo. Todas têm nomes pequenos, como Tan, Man, Me. "Me help" dizem-nos elas, cada vez que alguém escorrega na lama.



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