segunda-feira, agosto 29, 2011



Sapa é um pequena cidade, de aproximadamente 37 mil habitantes, localizada nas montanhas no norte do Vietname. Fomos através do Hotel de Hanoi - apanhámos um comboio nocturno (bem confortável) e chegámos mesmo de madrugada. A espera foi infidável, num café perto da estação, onde nos serviram um pequeno almoço e aproveitámos para estudar o guia. Um autocarro apanhou-nos lá e fomos ao mercado de Bac Ha (era um domingo). O mercado é um misto de alegria e pobreza - as roupas tradicionais das mulheres do norte, apesar dos vietnamitas terem sofrido tanto, são uma explosão de cores, com acessórios lindos. O mercado, esse, tem de tudo. Para começar tem pó até mais não, vendem roupa e acessórios para turistas, vendem búfalos, ratazanas, cana de açucar, tudo.
Perdi-me no meio daquelas pessoas todas e só me encontrei no restaurante com a nossa guia (todas as refeições estavam incluídas no nosso pacote de viagem até Sapa. Comidas, dormidas e transportes). A seguir ao almoço apanhámos o mesmo autocarro, cheio, cheio, até Sapa. Uma hora e meia, sempre a subir. Um sol radiante brilhava lá fora. Mas de repente... o nevoeiro cercou-nos: estavamos em Sapa. E assim passámos os dois dias lá em cima - nunca vimos o sol, nunca secámos as roupas, nunca aquecemos os ossos.
No dia seguinte iniciámos um trekking com um guia, até um vilarejo, no meio dos arrozais. Dormimos numa Homestay - de uma casal muito jovem (ela esperava o seu primeiro filho). Jantámos uma óptima refeição preparada por eles, com direito a bolos de banana improvisados e tudo. A comida é trazida da cidade, por um amigo que vem de moto e por isso é toda ela racionada. Ainda assim, chegou para nós três (eu, Madalena e Peter) e para uns amigos que tinhamos conhecido há coisa de meia hora (dois franceses, uma argentina e um israelita). Foi o jantar mais divertido de sempre - regado a vinho de arroz, uma bebida da zona (e não vendida a estrangeiros) também conhecida como "Happy water". E so happy we were.
Dormimos cedo e acordámos tarde (efeitos colaterais da bebida, desconfio).

Como diria Theroux, as mulheres vietnamitas não são velhas. Mesmo as mais velhas (como as "me help") tinham a idade da minha mãe (jovens, portanto...), uns 50 anos no máximo e estavam acabadas. O guia disse-me que era do tipo de alimentação, com muito arroz e pouca carne e poucos legumes... que não chegavam até tenra idade.
As crianças eram transportadas por outras crianças. A princípio achavamos que eram irmãos, mas assim que começavamos uma conversa, num inglês perfeito, percebiamos que aquelas crianças (que afinal não eram crianças, mas tinham uns 20 anos..) já tinham uma prol enorme a seu cuidado.



Sapa, Vietnam

Apesar das condições super cansativas em que fizemos esta viagem a Sapa (muita lama, zero banhos, muita humidade, grandes caminhadas e comida racionada) é um destino ao qual gostava de volta - na boa época seca, com grande sol a bater nos campos de arroz, e perceber melhor as minorias que aí habitam.

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