terça-feira, abril 12, 2011

Uma viagem tem mais encanto

quando deixamos de pertencer à massa turística e nos dissolvemos com os locais. Até mesmo em espaços tão pequenos, como o barco que desce o Mekong, no Laos,  no qual todos os bancos são ocupados por Ocidentais.
Como que a fugir à confusão, sento-me numa janela, na parte de trás do transportador. Subitamente sou abordada por uma criança, com apenas uns dois ou três anos, mas que já amassa bolas de arroz e interca-las com um pedaço de carne, como gente grande. Inicia-se uma brincadeira sem fim, na qual a mãe participa. Uma mulher mais velha observa-me de longe, meio desconfiada. Começo a conversar com ela, a elogiar-lhe as pulseiras. Sorri-me. Não fala inglês mas percebe o que lhe digo. Passam-se horas. Ligo o Ipod, para me ajudar a passar o tempo. Um rapaz senta-se ao meu lado. Passo-lhe um auscultador. A felicidade ilumina-lhe os olhos. Deixa-se estar sentado a apreciar uma música que seguramente nunca tinha escutado. Os outros da sua idade passam por nós e mandam gracejos. Mas ele não se importa... continua a disfrutar daquele pequeno prazer.
Outro encanto são as fotografias. Quando, atravessando em Luang Prabang a ponte de Bamboo, me perco pela vila, sou rapidamente rodeada de crianças que posam para a câmara. Riem e pulam quando lhes mostro o resultado do flash. Ensinam-me a dar chutos numa bola. Obviamente não sou a única ocidental que passou por ali, mas não estão tão habituados como quem mora do outro lado da cidade.
O mesmo não sei se posso dizer de quem encontro à beira de uma estrada, a caminho de Hanoi, no Vietnam. Faminta, procuro à beira da estrada algum local que me vendesse comida. Dou com umas bancas na rua, a vender bolachas. Abasteço-me a um preço inacreditável (de tão baixo) e, de repente, estou rodeada de pessoas dali, que olham para mim estupefactas. Riem-se e cochicham uns com os outros. Aceno-lhes e presenteio-os com um sorriso, recebendo como resposta um arranhado "byebye".

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